Este texto já recebeu várias designações, mas a que mais me fascina é "O TEXTO DE TODOS", pois este versículo é o primeiro das Escrituras a ficar gravado na memória do cristão. 

Este texto fala da origem do plano salvífico de Deus, seu amor. Aponta-nos para o preço que custou esta salvação, a doação de um único Filho. E fala do benefício maior proposto por esta salvação, à vida eterna ao lado de Deus. 

Mas existe uma confusão na interpretação deste texto quando é mencionado quem são os objetos deste amor, desta doação e deste benefício. 

Em se tratando de um texto bíblico, nunca podemos perder de vista o contexto. 

O diácono Filipe, instruído por Deus, correu atrás de uma carruagem para ouvir um desconhecido etíope eunuco ler uma passagem das escrituras, este não sabia a sua interpretação, e então Filipe lhe faz esta pergunta: "compreendes o que vens lendo?". A resposta do etíope expressa à sinceridade que falta nos dias atuais: 

A resposta esta no versículo citado acima, isto é, Cristo Jesus é a palavra final de Deus, pois a partir deste texto, ao que parece aleatório para o Eunuco, Filipe anunciou o Evangelho de Jesus. 

Nos dias de hoje, pessoas que não compreendem o que leem acerca das escrituras, geralmente são alvos fáceis para os "líderes" que interpretam as escrituras que ainda não compreenderam. Por isto a igreja transformou-se nesta massa que toma a forma do "mover" ou da "visão" mais atual no vasto mercado evangélico. Filipe não teve duvidas, a partir de um texto das escrituras, pregou o Evangelho de Jesus que anuncia a reconciliação do homem pecador com o Deus santo. Como consequência esta revelação arrancou do Etíope a confissão que, segundo o próprio Cristo, sempre é causa de uma repentina festa no céu: "Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus". 

Se toda a nossa pregação não terminar na cruz, no sangue e na ressurreição de Cristo Jesus, nem de longe compreendemos o que estamos lendo. E o problema disto é que a pergunta feita pelo eunuco, "Como poderei entender se alguém não me ensinar?", é repetida todos os dias em todos os lugares. Os aproveitadores de plantão não perdem a oportunidade de levar a estes sem entendimento interpretações falaciosas e gananciosas acerca do Livro, ou seja, assim como o personagem Carnegie do filme "O livro de Eli", buscam utilizar-se das Escrituras para dominar sobre tudo e todos. 

O Evangelho é a interpretação final de Deus a toda a revelação que a Escritura carrega como um todo. 

Aquele que crê APENAS no EVANGELHO, não só compreendeu o que vem lendo, mas também ensina aquele que ainda não compreendeu. 

Soli Deo Glória!

A Escritura sempre esteve na mente, nas mãos e na pregação de Jesus. Quando pequenino foi encontrado no templo entre os mestres, ouvindo-os, fazendo-lhes perguntas e maravilhando-os com suas respostas. No começo do ministério, na sinagoga, foi dado a Ele, o Livro do profeta Isaías para ler. Após a leitura das palavras do profeta que falavam sobre o seu ministério, fechou o livro e disse que aquelas palavras se cumpriram Nele.

Do mesmo modo, a Cruz sempre foi objetivo final de Jesus. Ele caminhou ministerialmente em direção ao Calvário. As suas palavras e ensinos carregavam como conteúdo principal a Cruz. Na escritura encontrou a Sua missão de morrer na Cruz pelo mundo. O ápice de seu ministério estava na Cruz.

O Bom Pastor era um servo da Escritura e da Cruz.

Este exemplo tem que ser seguido por nós pastores. Em nossas mãos tem que estar a Escritura, na mente a Cruz, e, na pregação a Cruz do Cristo da Escritura. No entanto, alguns pastores não têm seguido o exemplo do Bom Pastor.

Em suas mãos, não está mais a Escritura, mas, sim, livros de autoajuda, motivação, liderança e tantos outros que ensinam o homem a viver bem e ser feliz. Infelizmente, quando estão com a Escritura em mãos, é para fabricar heresias, fundamentar campanhas de sucesso e vitórias e, principalmente, escravizar o povo na religiosidade.

Em suas mentes, não está mais a Cruz, está, sim, uma mega-igreja-empresa, cheia de gente para bancar e satisfazer as loucuras do ego adoecido dos que querem ser superapóstolos, conhecidos pelas igrejas gigantes que possuem. Está em suas mentes o dinheiro; o terno, o sapato e o carro importado; o avião, a mansão e a fazenda; e, principalmente, o “status”.

Para conseguirem isso, usam o ensino dos livros de autoajuda, a fala e a pregação de um palestrante de motivação. E quando pegam a Escritura é para mostrar que os heróis da fé não olharam para Cruz, olharam apenas para as conquistas terrenas.

O ápice de tais pastores não é a Cruz, é a glória humana.

A Igreja não precisa de pastores Balaão, precisa de pastores subversivos, que pregam a mensagem da Cruz.

Sim eu amo a mensagem da cruz

Té morrer eu a vou proclamar

Levarei eu também minha cruz

Té por uma coroa trocar

Apenas no Evangelho, que vivemos o ministério sem perder de vista a Cruz da Escritura

Não aguento mais as frases feitas 

Cansei dos jargões religiosos 

Indulgências imperfeitas 

Anúncios mentirosos 

Aborreço a luta pelo mérito 

O reconhecimento a todo o custo 

A busca por um prosélito 

Na farsa atrás do púlpito 

Enojei-me do repetido sermão: 

"Sete passos para fazer minha vontade"

Pois de que adianta ter o Livro sempre à mão 

E negar toda a verdade? 

Repudio os palcos 

Me da ânsia o estrelato 

Querem roubar de Deus a honra 

Famintos pelo sucesso imediato 

Mas não pensem que desisti 

Só tomei uma decisão 

Insistir, insistir e insistir 

Com a única pregação 

Que anuncia o consumado 

Na agonia de uma cruz 

Que abraça o condenado 

Pelo mérito de Cristo Jesus 

Portanto, tenham seus ídolos a mão 

Pontífices do inferno! 

Pois continuaremos com a subversão 

Anunciada APENAS pelo EVANGELHO 

Soli Deo Glória!

A "Avenida Brasil" não deixa de ser a "Avenida da existência humana", porque quem caminha são pessoas humanas que se humanizam a cada encontro. Pessoas que palmilham esta avenida na certeza de que se pode encontrar de tudo, ou seja, o bem e o mal, mas sempre acreditando que se pode encontrar mais coisas boas do que más.

Na "Avenida Brasil" caminham vários tipos de pessoas. Gente boa e má, com suas certezas e incertezas, vitórias e derrotas, acertos e erros. Nesta avenida há encontros e desencontros, vida e morte, amor e ódio, paz e guerra, evangelho e religião. O que encontraremos nesta Avenida? ...Será que encontraremos o significado "da" e "para" vida?...

A "Avenida Brasil da existência humana" só terá significado quando se encontrar, cruzar com a "Avenida Caminho Verdade Vida", pois nesse encontro com a "Avenida Eterna" todos os significados se tornam claros aos olhos daqueles que têm fé para caminhar nesse Caminho. 

Ainda que se ande todos os dias na "Avenida da existência humana", o caminhar interno será com os conteúdos daquele que disse que era o caminho a verdade e a vida e ninguém iria ao Pai a não ser por Ele. Quem encontra o Filho encontra o Pai, e quem encontra o Pai encontra o verdadeiro significado para vida.

Assim hoje e sempre, mais do que nunca... 

Soli Deo Glória!

A teologia divide a graça em comum e especial. 

A graça comum é aquela que é comunicada a todos os homens, é a que dá aos homens bençãos sem medida. 

A graça especial é soteriológica, pois é por ela que o homem é salvo. É a comunicação da salvação de Deus ao pecador. A graça especial na teologia reformada é irresistível, não há coração que resista a sua eficácia segundo a vontade de Deus em salvar os seus. 

O termo “sola gratia”, refere-se a tudo que o homem possui, e, em especial, a salvação, é pela graça somente. 

É pela graça somente que o homem é eleito, regenerado, justificado, santificado e glorificado, herdando assim, a salvação eterna. 

É pela graça somente que o homem recebe os dons espirituais e talentos que são usados em favor do Reino. 

É pela graça somente que o homem recebe as bênçãos de Deus. 

É pela graça somente que o homem é convencido de que não méritos nele para que Deus faça alguma coisa em seu favor. 

É tudo pela graça somente.

Os reformadores do século XVI afirmaram que é tudo pela graça. 

Portanto, hoje, reafirmamos contra toda teologia do mérito humano, que tudo é... 

Pela graça somente. 

Apenas no Evangelho, que vivemos pela graça somente. 

A reforma se contrapôs a isto, defendendo que a mediação entre Deus e o homem só é feita por Cristo, por meio  do seu sacrifício que é suficiente e eficaz para a salvação daquele que é chamado a crer. Não existe outro caminho que leve o pecador a Deus senão o proposto pelo próprio Deus, isto é, Cristo Jesus. 

Neste texto Paulo deixa isto muito claro, mesmo porque o contexto imediato trata  como assunto a salvação. 

O raciocínio é simples. 

Se existe apenas um Deus que deseja a salvação de todos, ou seja, não só dos judeus, mas de homens de todos os lugares, só pode existir um mediador entre estes homens e este Deus. Por isto Paulo diz "Cristo Jesus, homem", isto é, fosse a salvação destinada a um grupo em especial, como por exemplo aos judeus, o apóstolo teria escrito: "Jesus Cristo judeu", mas como Deus tem os seus salvos entre os homens em geral, Paulo, o descreveu assim. Nesta condição, Cristo não só restaura os pecadores a uma relação legal com Deus, como também os leva ao conhecimento da verdade testificando-a como a única verdade. 

Assim, "Solus Christus" é o grito de quem encontrou o único caminho que leva ao descanso em Deus, é o alivio de quem, em densas trevas, encontrou a luz, é a resposta positiva de quem ouviu um chamado gracioso e não pode resistir. 

Hoje, a secularização da igreja continua, mas se os reformadores do sec. XVI foram levantados por Deus para denunciar e protestar contra os abusos da igreja que reclamava para si o direito de ser mediadora entre Deus e o homem, nós temos que continuar o protesto, mas agora, contra estes que, ao invés de protestar, querem fazer da Igreja a mediadora entre o homem e o diabo. 

Quem crê APENAS no EVANGELHO encontrou o único caminho que o levou a Deus, Cristo Jesus. Ele incorpora a suprema revelação de Deus, assim Ele mesmo narra Deus, ou seja, diz e faz exclusivamente o que o Pai lhe concede dizer e fazer, diz e faz o que Deus é! Ele é a graciosa autorrevelação de Deus, Ele é a Sua PALAVRA em carne. 

Soli Deo Glória!

Temas, como prosperidade ou batalha espiritual, não encontram base sólida no Evangelho da Graça, e por isso, quando cantadas, tem que se basear em textos do Antigo Testamento que, na maioria esmagadora das vezes, ou se referem apenas ao contexto histórico e cultural de Israel ou já se cumpriram em Cristo. 

A letra abaixo traz o sacrifício oferecido no templo no Antigo Testamento como uma aspiração de adoração para os dias de hoje, isto é, da mesma maneira em que um animal era sacrificado no altar para cumprir a Lei, servindo de oferta pelo pecado, honrando e adorando a santidade de Deus, o desejo de quem compôs esta canção, é ofertar-se a este mesmo Deus como este mesmo sacrifício. 

Mas a pergunta que fica é: Se isto for possível, porque Jesus, o Cristo, sacrificou-se a Deus como oferta pelo pecado do mundo todo? 

Com isto em mente, peço que cante esta música, mas faça isto com o espírito do Evangelho, ou seja, imagine Jesus cantando esta canção, e veja, por si mesmo, se não é apenas assim que ela faz sentido: 

“Venho Senhor minha vida oferecer,

como oferta de amor e sacrifício. 

Quero minha vida a Ti entregar, 

como oferta viva em Teu altar. 

Pois pra Te adorar

foi que eu nasci. 

Cumpre em mim o Teu querer, 

faça o que está em teu coração. 

E que a cada dia eu queira mais e mais 

estar ao Teu lado Senhor”. 

Afirmo sem medo de errar que esta canção só cabe nos lábios Daquele que, de uma vez por todas, se ofereceu a Deus como sacrifício pelo pecado, e assim, adorou a santidade e satisfez a justiça Daquele que o enviou cumprindo completamente a Sua vontade. Esta vontade, anunciada no Evangelho, consiste em que todos os que crescem no nome do Cristo seriam reconciliados com Ele, e assim, teriam sua dívida de transgressão cancelada. 

Quem crer APENAS no EVANGELHO nunca mais aspirará um autossacrifício que possa trazer uma suposta autorremissão, mas descansará Naquele que, depois de oferecer um sacrifício único e eficaz, assentou-se a direita Daquele que o enviou para interceder pelos seus. 

Soli Deo Glória!

Tendo isto em mente, para explicar melhor o que quer dizer com liberdade, ele faz então uma analogia entre a infância e a idade adulta de um herdeiro.

Uma criança, mesmo sendo herdeira de tudo que a família possuía, não podia tomar decisões acerca de nada, mas ao contrário, vivia sob os cuidados de um tutor, que, no texto grego, literalmente significa “supervisor”, ou seja, vivia como um escravo.

Portanto, até chegar a idade adulta, esta mesma criança que um dia iria se tornar proprietária de tudo, vivia supervisionada. 

Ao aplicar esta analogia, Paulo diz que tanto a Lei quanto qualquer religião, por mais rudimentar que seja, serviram apenas como estes supervisores que poderiam indicar um caminho a maior idade.

Porém em Cristo, tanto as religiões quanto a Lei, prescreveram-se, pois a liberdade inerente à idade adulta tornou, enfim, o “herdeiro/escravo” FILHO, e, portanto LIVRE. 

Então, diante do retrocesso dos gálatas, a pergunta não poderia ser outra senão: “Se Deus vos fez conhecer, em Cristo, toda esta liberdade que só o filho possui, porque vocês agora querem voltar à supervisão fraca e pobre da Lei ou da religião caduca que vocês antes possuíam?”.

Pois os gálatas haviam voltado aos princípios infantis das religiões e da Lei, como fazer distinções entre dias e dias, meses e meses e anos e anos por exemplo. 

Paulo então exemplifica o que esta querendo dizer lembrando uma situação que estava viva ainda na memória dos gálatas.

Ele os faz recordar que por causa deles ele mesmo se fez gentio, pois tinha abandonado os privilégios de seu povo para viver perseguido por eles, tinha rompido com as tradições nas quais tinha sido criado, e assim, em suma, converteu-se em um deles, portanto, era pedir muito agora que não se tornassem judeus? Que tivessem a mesma disposição dele? 

Lembra também como eles tinham o recebido mesmo tendo todos os motivos para não fazê-lo, pois Paulo, não se sabe se sempre ou apenas nesta ocasião, contraiu uma enfermidade que se evidenciava exteriormente.

A expressão “não me desprezastes e nem me rejeitastes” (vers. 14) significa literalmente “não me cuspistes”. Talvez esta seja uma referência a uma atitude que se tomava no mundo antigo quando se estava diante de um epilético. Se assim for a enfermidade a que Paulo se refere o fazia debater-se em dores até ficar prostrado. 

A pergunta seguinte “onde esta a vossa alegria?” sugere o que os judaizantes estavam fazendo ao impor a religião novamente entre eles, isto é, em nome do legalismo estavam perdendo o amor simples e sincero com que haviam sido conquistados por Cristo. 

O perigo da religião consiste exatamente nisto, pois, com aparência sutil de piedade, ela se impõe em nome de regras e doutrinas para criar dependentes que não respondem a única reivindicação do Evangelho de Deus em Cristo: que vivamos livres, tendo como limite desta liberdade apenas a dependência ao amor de Deus com que fomos conquistados em Cristo no Evangelho. 

Assim, é APENAS no EVANGELHO que chegamos à idade adulta, e isso para viver a liberdade do filho, que nunca deixara de amar simplesmente porque sempre dependerá do amor do Pai.

Mas quem crê APENAS no EVANGELHO, sabe que tem toda a plenitude de conhecimento habitando em si, simplesmente porque a plenitude da sabedoria absoluta de Deus, Cristo Jesus, habitou entre nós. 

Soli Deo Glória!