Este grupo não era muito numeroso, mas era composto pela classe dominante da nação judaica, isto é, a nata abastada de Israel. A maioria dos sacerdotes era deste grupo, por isso, na questão política, eram colaboracionistas romanos, pois visavam sempre conservar seus direitos e privilégios. Quanto aos conceitos, se dispunham a adotar ideias gregas para demonstrar conhecimento e persuasão, mas quanto às crenças judaicas, eram totalmente tradicionalistas, pois se recusavam a aceitar os livros proféticos ou os livros poéticos como parte das Escrituras, aceitando, assim, como única parte das Escrituras, o Pentateuco, isto é, a Lei por excelência só se encontrava nos primeiros cinco livros do Antigo Testamento. 

Particularmente, diferenciavam-se dos outros grupos judaicos pelo fato de negarem completamente toda vida após a morte, pois sustentavam que a partir do Pentateuco, não se podia provar a doutrina da imortalidade. 

Isto posto, podemos entender melhor a "historinha" que contam a Jesus com a intenção de desacreditá-lo diante do povo. Formularam uma pergunta baseando-se em algo que, segundo eles, convertia em um absurdo a doutrina da ressurreição do corpo, o casamento por levirato. Esta lei consistia em que se um homem morria sem descendência, seu irmão tinha a obrigação de se casar com a cunhada viúva e gerar filhos para o irmão que morrera. Esses meninos eram considerados, do ponto de vista da lei, como filhos deste que morreu. Ridiculamente forçam uma história em que uma mulher não conseguiu engravidar de sete irmãos que morreram sucessivamente, até ela mesma morrer, então, infantilmente, perguntaram: "Quando chegar o momento da ressurreição qual será o marido desta mulher que se casou tantas vezes?". 

A resposta de Jesus estabelece um princípio, todo equívoco humano acerca de Deus consiste em querer interpretá-lo a partir de conceitos meramente humanos e não bíblicos, ou seja, por não conhecer as escrituras pensavam no céu em termos terrestres, ou na eternidade em termos temporais. Para Jesus, qualquer um que se esforce por entender um pouco que seja as escrituras, logo perceberá a infantilidade da pergunta que formularam. 

Como os saduceus, por admitir apenas o Pentateuco como Escritura e por não encontrar qualquer vestígio de apoio à ressurreição nestes livros, rechaçavam esta doutrina, Jesus, aponta, em uma interpretação simples, o seu erro de interpretação daquilo que chamavam Lei. Uma das designações mais recorrentes para apontar o Deus de Israel no Pentateuco é a expressão "o Deus de Abraão, Isaque e Jacó", e sendo estes três patriarcas já mortos como Deus pode ser o Deus deles? Deus não pode ser Deus de homens mortos e cadáveres em decomposição, mas o Deus vivo deve ser o Deus dos homens vivos. 

Os saduceus vivem entre nós, negando o poder de Deus e a Palavra, interpretando infantilmente as Escrituras com o fim de desacreditá-las, mas, quem crê APENAS no EVANGELHO sabe que, na ressurreição de Cristo, o Deus vivo se fez Deus dos eternamente vivos. 

Soli Deo Glória!

Neste texto, vemos a autoridade de Jesus sendo levada a sério, pois, suas palavras eram de alguém que dominava o assunto e suas lições eram como de quem não tinha dúvidas do que falava. 

A ideia de autoridade no contexto bíblico é peculiar. Restringe-se ao fato de que a ação não carece de respaldo de um terceiro, ou seja, suas interpretações não necessitavam de avaliação. A palavra grega para autoridade aponta tanto para INFLUÊNCIA quanto para DIREITO, assim quem ouvia Jesus ensinando logo se sentia cativado, e, quem o via ensinar perdia a coragem de contestá-lo. 

Esta passagem é especialmente interessante porque é a primeira vez, em Lucas, que encontramos uma pessoa possuída por um demônio. Não devemos presumir precipitadamente que, como inimigos de Deus, os demônios quiseram aqui contestar esta autoridade de Jesus, pois as palavras deste demônio mostram exatamente o contrário, isto é, ele sabia e conhecia muito bem a Soberana autoridade de Jesus, pois diz: “Sei quem Tu és: o Santo de Deus”. A estratégia infernal sempre foi precipitar a morte de Cristo para que Ele não fosse à cruz, pois sabiam que se este propósito fosse frustrado ainda teriam alguma chance contra o perdão de Deus aos homens, por isso, não poucas vezes, tentaram manifestá-lo ao povo antes da hora. 

Mas “o tiro saiu pela culatra”, pois a atitude demoníaca só relevou ainda mais a autoridade do Cristo. 

O exorcismo não era algo desconhecido nos tempos de Jesus, o comentarista William Barclay explica isto assim: 

“O Oriente estava cheio de pessoas que podiam exorcizar demônios. Mas seus métodos eram misteriosos e maravilhosos. Um exorcista punha um anel sob o nariz da pessoa afetada. Recitava longos feitiços; e de repente parecia que alguém mergulhava em uma vasilha com água que se tinha posto perto, e o demônio saía. Uma raiz mágica chamada BAARAS era muito eficiente. Quando um homem se aproximava dela, encolhia-se a não ser que a agarrasse. Isto significava a morte. De modo que se cavava a terra ao redor dela, atava-lhe um cão, o qual com seus puxões arrancava a raiz e quando o fazia, o cão morria, como substituto do homem”. Portanto não é de estranhar que as pessoas ficassem surpreendidas diante do poder de Jesus, pois a diferencia entre essas “mandingas” e o poder das palavras de Jesus era gritante. 

Outra questão era o fato de que Jesus não apelava para nenhum outro nome para fazer o que fazia. A maioria dos ensinos rabínicos baseava-se em citações como “certa vez” ou ainda “alguém disse”, isto é, apelavam sempre para alguma autoridade. Os profetas sempre começavam suas sentenças proféticas com “assim diz o Senhor”. Mas Jesus diz ao demônio: “Cala-te e sai dele”, demonstrando assim que sua autoridade provinha de si mesmo e que não precisava apelar para nenhuma citação ou nome alheio. 

Os homens que têm sede de autoridade, vivem atrás de descrições oficiais que denotem autoridade, por isso, ainda que vivam miseravelmente vazios, determinam e tomam posse de tudo e, por mais que convivam com eles, veem e expulsam demônios em todos os lugares. Mas APENAS no EVANGELHO encontramos a autoridade soberana que mesmo podendo tudo, decidiu poder sem violentar. Cristo mostrou que autoridade só existe uma, e que fé é o privilégio de entender que nada sai do seu controle. 

Soli Deo Glória!

O visitante foi Jesus, e sua leitura incluiu a passagem de Isaías 61:1-2, o que o povo não esperava é que o sermão começasse com uma aplicação forte e decisiva, "Este escrito se aplica a mim!", o que culminou em admiração e dúvida quanto à veracidade da aplicação, pois quem frequentava a sinagoga sabia que este texto se aplicava ao Messias, por isso, todos ficaram estarrecidos quando Jesus declarou abertamente que havia vindo para proclamar o "ano aceitável do Senhor". 

Este termo é uma referência ao "ano do jubileu" descrito em Levítico 25, de sete em sete anos a terra devia descansar (ano sabático) e após uma sequência de sete anos sabáticos, no quinquagésimo ano, era o ano do jubileu. O propósito maior desse ano era equilibrar o sistema econômico de Israel, pois os escravos eram libertos e voltavam para suas famílias, a propriedade que havia sido vendida era devolvida aos primeiros donos, e todas as dívidas eram canceladas. 

Segundo o comentarista Warren Wiersbe: "Jesus aplicou tudo isso a seu ministério, não em termos políticos ou econômicos, mas, em sentido físico e espiritual. Sem dúvida, havia trazido as boas-novas da salvação aos pecadores falidos, e cura aos aflitos e rejeitados. Havia livrado muitos da cegueira, da escravidão de demônios e de enfermidades. De fato, era um "ano de jubileu" espiritual para a nação de Israel!". 

Por isso, conhecendo os seus corações, Jesus explica e aplica melhor o texto lido a partir de um provérbio popular: "médico, cura-te a ti mesmo!" que significa "faça um milagre!", isto é, desejavam que realizasse em Nazaré os mesmos milagres que havia feito em Cafarnaum, mas ele se negou a os atender. 

Ao que Jesus diz que isto não era novidade, pois o mesmo Elias foi enviado a uma viúva estrangeira quando a seca atingiu Israel enquanto havia muitas viúvas na nação, e Elizeu foi levado a atender o leproso Naamã enquanto havia muitos leprosos em Israel, ou seja, o "ano aceitável do Senhor" se cumprirá mesmo que a nação do Senhor não queira sua aceitação, pois, assim como nos tempos dos profetas, existem muitos gentios a espera desta libertação. A concretização deste ano aceitável era realmente a morte do Cristo, mas não da maneira que os religiosos queriam, por isso, foram frustrados na sua tentativa de matar Jesus jogando-o de um penhasco, pois foi na morte de Cruz do Cristo que esta aceitação ficou estabelecida. 

Para aqueles que esperam apenas por milagres, Jesus e Isaías dizem: Hoje é o ano aceitável do Senhor para aqueles que crerem APENAS no EVANGELHO. 

Soli Deo Glória!

O que descrevo abaixo é uma confissão minha, e parte dela utilizo sempre que tenho que comentar algo sobre mim mesmo: 

Antes de vir para o seminário meu mundo se resumia em igreja (templo), santidade (medo de viver) e uma perseguição (tipo Indiana Jones mesmo) por reuniões de "PODER" para ratificar "O CHAMADO" que muitos me disseram que eu tinha. 

Quando vim ter um contato mais íntimo, no seminário, com a teologia, confesso que o que buscava (olha o Indiana aí novamente) era um tipo de "CASA DE RECUPERAÇÃO" para reaver a minha vida de oração e piedade que ao longo do tempo parecia ter se esvaído pelos meus dedos. 

Mas o que fez toda a diferença na minha vida foi o que passei a entender sobre JESUS, o CRISTO. 

Conhecer o DEUS SOBERANO como ELE É, me trouxe a PAZ que sempre busquei, mas, também, conhecer quem sou nas palavras DAQUELE que É, me trouxe uma tristeza como nunca antes senti. Minhas escolhas só ratificam quem sou, e dão veracidade às palavras DAQUELE que É, mas, hoje consigo descansar, porque a busca (tipo Indiana Jones) enfim acabou, pois AQUELE que É me encontrou e me mostrou na Sua SOBERANA escolha o que ELE É em mim e o que quer que eu escolha NELE. 

Hoje sei que sou igreja, que me santifico, não para ser salvo, mas porque sou salvo e que o meu chamado não se estriba no que os outros dizem a respeito dele, mas que é no poder da cruz que ele subsiste. 

Em JESUS, que nunca precisou sentar-se em uma cadeira acadêmica para provar quem É, mas as constituiu para que sentássemos nelas e livremente pensássemos sobre o assunto. 

APENAS no EVANGELHO é que podemos conciliar a busca do conhecimento com a singeleza do conhecimento que alcançamos em Cristo. 

Soli Deo Glória!

Originou-se de um amor imponderável 

Em um Deus totalmente inexprimível 

Sua dimensão sempre foi o imensurável 

E revelou-se como um favor irresistível 

Alcançou um pecador completamente inexpressível 

Mudando sua condição de um modo inexplicável 

Pois o livrou de uma condenação absolutamente factível 

Para salvá-lo em um decreto eternamente irrevogável 

Curou o que era imedicável 

Realizou o que era impossível 

A um pecador completamente insaciável 

Deu uma vida absolutamente satisfazível 

Por esta graça Deus está agora acessível 

Em Cristo amorosamente relacionável 

No Espírito intimamente perceptível 

Mas APENAS a fé no EVANGELHO torna esta condição algo inalterável 

Soli Deo Glória!

Jesus sempre trouxe grandes ensinamentos aos seus discípulos. Nesta ocasião, Jesus ensina os seus discípulos sobre a gratidão como fruto de um coração que não faz somente o que se manda fazer.

Antes de Jesus se encontrar com dez leprosos em uma aldeia, falou aos seus discípulos sobre o servo inútil, que faz somente aquilo que o seu Senhor mandar. 

Disse aos discípulos, do servo que chegando em casa de um dia trabalho, não é convidado pelo seu Senhor a se assentar à mesa para comer; antes, recebe a ordem para que prepare tudo e sirva o seu Senhor, e depois que o Senhor participar da mesa, o servo pode sentar-se para comer e beber. Depois, de o servo ter feito tudo quanto foi mandado, não recebe do seu Senhor gratidão. Jesus disse aos seus discípulos que não esperasse gratidão, se fizessem, como servos inúteis, somente o que se deveria fazer.

Depois destas palavras, Jesus encontra-se com dez leprosos, que clamaram por Sua misericórdia.

Jesus, como Senhor, manda-os mostrarem-se ao sacerdote para saber se podem voltar à vida normalmente. Como sevos inúteis, em obediência e fé, fazem o que Jesus mandou fazer, e no caminho são curados da lepra e ficam limpos. Na inutilidade de seu serviço, nove leprosos não voltaram para agradecer a Jesus a cura que receberam. Só fizeram o que deveriam fazer.

No entanto, um leproso, não foi "apenas servo inútil" que fez aquilo que Jesus mandou, antes, voltou glorificando a Deus. Lançou-se aos Seus pés em gratidão pela cura que havia recebido.

Jesus, vendo que um leproso samaritano tinha voltado, perguntou em tom de afirmação sobre os outros que não voltaram para dar glória a Deus. Assim, disse ao que voltou com louvor e gratidão a Deus: 

Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.

O leproso inútil só voltou para agradecer a Jesus, mas, neste caminho de agradecimento, recebeu algo que não esperava, a SALVAÇÃO PELA GRAÇA.

Não deixe que a ingratidão tome conta do seu ser, tudo quanto Jesus fizer por você, volte lance-se aos seus pés e agradeça. Pois, se assim o fizer, estará glorificando a Deus.

Apenas no Evangelho, que em tudo, voltamos gratos.

É com este pensamento que Paulo exerceu seu ministério entre os Coríntios, isto é, não só abrindo mão de encargos desta igreja, mas, também, se importando mais com as pessoas que lá viviam, oferecendo a elas o Evangelho, do que com o que elas tinham a lhe oferecer. 

Considerava-se como o Pai de todos os que haviam crido no anúncio do Evangelho e, por isso, via seu ministério como algo que os Coríntios, como seus filhos, poderiam herdar. 

Assim, Paulo inverte a lógica dos Coríntios, pois eles criam que "apóstolos" eram aqueles a quem eles tinham que pagar pelo serviço, enquanto Paulo está disposto a gastar não só o que tem, mas também o que é, por amor a eles. Agindo assim, o apóstolo nunca foi um incômodo financeiro para os Coríntios, mas pelo contrário, seu voluntariado sempre foi evidente. 

A ironia de Paulo ao final deste raciocínio é tão sutil quanto fantástica! 

Paulo, diz que enganou os Coríntios agindo contrariamente ao engano a que eram alvo, ou seja, enquanto os falsos "apóstolos" os enganavam cobrando pelas mediações entre eles e as bênçãos que Deus podia conceder, Paulo anunciou a fonte de todas as bênçãos, o Evangelho, sem usurpar em nada os Coríntios, portanto, habilmente como ele mesmo diz, os enganou sem praticar engano algum, pois o único "artifício" usado pelo apóstolo consistia em sua recusa em receber deles seu sustento. Com isso, os havia desarmado e impedido de acusá-lo de estar interessado somente em dinheiro. 

Esta estratégia é pouco usada hoje, pois o que se alastra como uma epidemia, é a tática do “quanto mais você der, mais será recompensado”, por isso, convido a todos os que querem gastar suas vidas por pessoas e não pelo que pessoas podem dar, a ENGANÁ-LAS! 

Sim, ENGANÁ-LAS! 

Pois, APENAS no EVANGELHO podemos amá-las e esgotar todas as nossas forças ao fazê-lo!

Jesus se apresenta à esta igreja como o Cristo ressurreto, ou seja, aquele que tanto possui as sete igrejas da Ásia sob seu controle, simbolizando-as como sete estrelas na palma de sua mão, quanto caminha entre elas, simbolizando-as aos sete candelabros. 

Por possuir este controle e caminhar entre estas igrejas, o Cristo vivo conhece tudo quanto acontece a elas, e, também, tudo o que acontece por meio delas, assim, inicia o conteúdo desta breve carta afirmando que conhece os feitos desta igreja. 

Sabe o quanto ela tem sido zelosa, o quanto tem se esforçado para atestar se de fato aqueles que se dizem vindos da parte de Deus são realmente do Evangelho. É do conhecimento comum que neste período crescia o número dos que queriam ter preeminência na igreja, assim, “apóstolos” enviados por Deus surgiam aos montes, mas na maioria das vezes apenas para juntar seguidores para si e não para o CRISTO VIVO anunciado pelo Evangelho. 

Por isso, o que o Cristo vivo tem contra esta zelosa igreja é exatamente o que acontece quando este zelo se torna exacerbado, ou seja, a falta da prática do amor com que fomos conquistados no Evangelho. Portanto, quando na vida da igreja, o zelo é praticado como processo seletivo, inevitavelmente corre-se o risco desta igreja amar apenas os iguais. 

O conselho do Cristo vivo do Evangelho é que, quando isto acontece, devemos fazer o exercício da retrospecção para lembrarmos tanto de onde viemos, quanto de onde caímos, isto é, lembrarmos-nos do amor com que fomos conquistados e desejarmos ardentemente vivê-lo novamente dia a dia, e isto só é possível pelo processo do arrependimento, significando dizer que o arrependimento é fruto da consciência do amor de Cristo pela igreja. 

O nosso zelo pelo Evangelho pode até nos proteger das investidas dos atuais “apóstolos” que tentam pervertê-lo, mas, somente a decisão de viver o amor de Cristo, que preserva os seus no Evangelho, nos distinguirá deles. 

APENAS no EVANGELHO é que podemos praticar o zelo com amor. 

Soli Deo Glória!

“Senhor, se estiveras aqui meu irmão não teria morrido”. 

Ela estava decepcionada com a falta de consideração de Jesus, pois tinha certeza que a notícia do estado crítico de saúde do seu irmão tinha chegado a tempo, portanto este “atraso” de Jesus não tinha justificativa. Esta mulher não sabia esperar, por isto exigia explicações do porque Jesus não respondeu a altura a sua prontidão em chamá-lo. Esta atitude de Marta serve de gancho para que Jesus proferisse uma declaração poderosa e consoladora acerca da morte e ressurreição, mas ela não se sente satisfeita e se atreve a propor um debate teológico com Jesus defendendo sua tese cheia de pretextos e, em um tom de reprovação, diz: “Eu sei que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia”. Note-se também a falta de fé desta mulher, pois apesar de declarar solenemente que sabia que Jesus seria atendido pelo Pai em tudo quanto pedisse, discorda de Jesus quando Ele manda que se tire a pedra, pois, segundo ela, o corpo do seu irmão já cheirava mal e, portanto, já não se tinha muito que fazer. 

A outra irmã, Maria, esperou Jesus convocá-la e quando chegou trouxe nos lábios a mesma expressão usada por sua irmã Marta: 

“Senhor, se estiveras aqui meu irmão não teria morrido”. 

Mas com uma atitude totalmente diferente de sua irmã, pois enquanto Marta chegou lançando suas palavras contra Jesus, Maria lançou-se primeiro aos pés do Cristo para depois repetir as mesmas palavras, e fez isto em um tom de confissão. A reposta que Maria recebe também é totalmente diferente, pois a ela Jesus não diz nada, mas apenas se comove e chora ao ver em como a morte traz sofrimento a humanidade.

Enquanto Marta se importava mais em determinar a Jesus o que lhe era mais conveniente, Maria apenas se estriba na graça de Jesus, enquanto entre Jesus e Marta foi travado um debate teológico que resultou em um magnífico ensinamento sobra a morte e ressurreição, entre Maria e Jesus foi suscitado um poder gracioso que resultou na ressurreição de Lázaro. 

APENAS no EVANGELHO é que o sinal não gera a crença, mas é a fé que gera o sinal, assim, a fé verdadeira não se baseia em nenhuma determinação arrogante por parte do homem ou de qualquer fenômeno visível que seja, pois a fé baseia-se unicamente na palavra de Deus, por isso, não precisa de qualquer outra evidência, a não ser aquilo que Deus, em Cristo, diz. 

Soli Deo Glória!

O escriba, muito sutilmente, começa sua tentativa de descreditar Jesus. Primeiro, o chama de Mestre, o que vindo de um escriba era muito honroso, pois tais homens eram mestres da lei, depois, se mostra "realmente" interessado nos temas pregados por Jesus, pois, faz uma pergunta que fazia parte dos Seus ensinos, mas, por fim, mostra que fez todas estas coisas com a intenção de expor Jesus ao ridículo quando suas respostas fossem contrárias às suas interpretações da Lei. 

Jesus então dá uma chance ao escriba petulante de obter a resposta por si mesmo, primeiro pergunta: "o que diz a Lei a este respeito?", e visto a vida eterna não ser uma temática aprofundada do Antigo Testamento acrescenta: "como você lê?". 

Mais uma vez, ardilosamente, o escriba dá uma resposta para agradar a Jesus, pois, nem de longe interpretava a Lei daquela maneira, mas, apenas repetiu a interpretação de Jesus acerca da Lei para poder colocar em prática a velha tática de debate: "Defina esses termos, o que você quer dizer com o próximo?". 

Jesus então propõe uma parábola que, no uso bíblico, é usada para comparar ou contrastar uma realidade natural com uma verdade espiritual, sendo assim, o exemplo da estrada citada por Jesus como local da história é real e histórico, pois o caminho de Jerusalém a Jericó era um caminho reconhecidamente perigoso, que corria entre desfiladeiros rochosos e que, por isso, faziam dali um lugar ideal para os ladrões de caminhantes e turistas.