O Evangelho de Mateus foi escrito por um judeu, tendo como conteúdo, a vida e os ensinos de um judeu, para um público judeu. Os judeus eram um povo extremamente fiel às suas origens. Por ser um povo religioso, não se misturavam com outros povos. Sua religião era exclusivista. 

O povo judeu era extremamente ligado às genealogias, de modo que, o registro de seus antepassados era feito com exatidão. Na genealogia do povo judeu havia orgulho se não houvesse mistura da raça com outros povos. 

Por isto, se os ascendentes fossem todos religiosos e cumpridores de todos os rituais e leis, os descendentes teriam motivos para se gloriar. 

Mateus apresenta Jesus como o Rei dos judeus. Mateus é conhecido como o evangelho do Rei. Este evangelista traça a genealogia de Jesus desde a sua origem para apresentar aos judeus a origem de seu Rei. 

O problema é que a genealogia de Jesus não apresenta em seus antepassados, religiosos estritos, mas verdadeiros pecadores. 

A genealogia de Jesus é subversiva. A genealogia de Jesus é redentiva. A genealogia de Jesus é graciosa. 

No versículo três, Mateus apresenta duas personagens: Judá e Tamar. (Gn 38) 

Essas personagens são gentias (Tamar), mentirosas, enganadoras, vingativas, injustas, dissimuladas e prostitutas, são verdadeiras pecadoras. 

Essas personagens são rejeitadas, esquecidas, enganadas e injustiçadas. 

Nas veias de Jesus, o Deus-homem, corria sangue de pecadores. Pecadores aceitos pela graça. 

O sangue da eterna aliança derramado na Cruz do Calvário perdoou pecadores, e estes foram aceitos como descendentes perdoados. 

Do mesmo modo que a genealogia de Jesus alcançou pecadores, os que vieram depois de seu nascimento serão alcançados por sua graça. 

Apenas no Evangelho, que somos aceitos como cidadãos do Reino pelo sangue do Rei eterno.